Senhores e senhoras do júri; por favor! Não condeneis as mulheres elegantes ao ostracismo da Sessão da Tarde, ao desprezo da modernidade ou à pecha de futilidade! Não as condeneis à extinção, à marginalidade ou aos guetos. Não permitais que definhem, que sejam alvo do desprezo ou da abjeção!
E eu não me refiro, senhores e senhoras do júri, àquela prima-irmã da elegância que se chama sofisticação ou seu irmão gêmeo, o requinte. Não se trata, aqui, das mulheres socialmente bem situadas que tem Victor Hugo, Prada ou Dior no guarda-roupa, ou que praticam o esporte enfadonho da ostentação. Elegância não é isso, não a ofendam com um tão apressado julgamento. Elegância está na alma, e não nos panos ou nos couros. Uma mulher elegante é aquela que sorri frente à adversidade, que assume tanto a glória quanto a crítica, que ao sentar-se dispõe de cada membro, cada músculo e cada curva como fossem versos de um poema, de modo tal que, ainda que usando o mais singelo dos vestidos ou na total nudez de maquiagem e acessórios, transpareça a precisão estética de um soneto ou de um retrato.

Uma mulher elegante discute, polemiza, expressa sua opinião – mas à estupidez e à truculência ela responde com a serenidade de um sorriso e o silêncio que desarma. Não confundam as mulheres elegantes com as impostoras, daquela elegância profissional e impessoal, ou daquela farsa tão grotesca das colunas sociais. As mulheres elegantes, ainda que não sejam abençoadas com a graça ou a formosura, são sempre belas; são lindas de se ver, são lindas de se ouvir. Uma mulher elegante é aquela que se permite amar, mas reserva o melhor de si a quem mais faz por merecer. Não são avarentas de seus encantos, mas não os oferecem em pequenas e universais porções o tempo todo: uma mulher elegante faz de si um troféu a ser conquistado e protegido.

Olhem com carinho para as mulheres elegantes, senhores e senhoras do júri! Elas nem sempre tem quem as defenda, quem lhes dedique um libelo como este. Esta mídia onipresente não tem muita paciência com a falta de mercantilidade de suas bocas e suas pernas, ela precisa de uma renovação frenética, de um frescor efêmero, e não de sua sedução lenta mas perene. E na luta justa para quebrar alguns grilhões tão seculares, na necessidade de consolidar a força e os direitos das mulheres, a elegância infelizmente confundiu-se com a execrada subserviência feminina e foi indevidamente enxotadapara o canto das tralhas inúteis de outros tempos.
E eu encerro, senhores jurados, pedindo a justiça de seu veredito, mas também a presteza de sua deliberação: há uma assustadora redução das mulheres elegantes, que galopa dia a dia, assolando nossas ruas e avenidas, e que ameaça os homens de uma eterna insatisfação, que condena o gênero masculino ao vazio dos corações e à perniciosas ânsias de viver em buscas extenuantes e intermináveis, e à noites cruas de dessassosego e de eterna frustração. Sejam justos, e atendam aos apelos de homens como nós, carentes das mulheres elegantes.
E tenho dito!!!
(texto retirado do blog http://polifonias.wordpress.com)
Um vivaaaaaaaaaaa as mulheres elegantes, de modos, de gestos, de alma!!!!!
é.. eu sei bem, não há o que encante mais as pessoas do que a elegancia natural...
"Luz e Amor"
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